Acho que já disse isto, e não me canso de o repetir, porque é a mais pura das verdades: a maternidade muda-nos. Não só pelo lado físico (4 quilos que vieram para ficar, um número de calças acima, alergias que não tinha, sono que já não consigo pôr em dia…), mas sobretudo pelo lado emocional: já chorava a ver o Rei Leão, agora choro mais; sentia pena dos pais de crianças birrentas, agora sinto uma enorme onda de empatia e solidariedade; as agressões a crianças, mulheres e animais deixavam-me com os nervos em franja, agora deixam-me positivamente POSSESSA! Grrrrrr….
Vem esta conversa a propósito do grupo de cerca de 250 raparigas adolescentes, raptadas de uma escola, na Nigéria, no passado mês de Abril, por um grupo islâmico extremista. O evento poderia ter passado despercebido por entre tanta coisa má que acontece no mundo – mas ainda bem que não foi. As redes sociais ajudaram a passar a palavra e, em poucos dias, o pedido #BRINGBACKOURGIRLS (“tragam as nossas raparigas de volta”) espalhou-se pelo mundo, tornando-se viral. E quem quer que critique o Instagram, Twitter ou Facebook como “meios que afastam as pessoas da realidade” não pode negar a sua utilidade nesta situação. O meio artístico, sempre solidário, associou-se à causa com entusiasmo: nomes como Angelina Jolie, Alexa Chung ou Cara Delevingne fizeram referência ao assunto, e até a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, foi fotografada com a frase da campanha. Outra apoiante deste movimento, Hillary Clinton afirmou sem rodeios que “a educação é um direito básico e não pode ser usado para atacar crianças”, opinião que subscrevo totalmente. O fanatismo, seja de que forma for, não pode ser tolerado.
Entretanto, vários governos internacionais enviaram equipas para ajudar as autoridades da Nigéria, que recusaram as reivindicações iniciais dos extremistas, e algumas raparigas conseguiram fugir, mas é preciso fazer mais. Para apoiar o movimento, e pressionar a comunidade internacional a agir, de forma a recuperar as meninas do cativeiro, podem subscrever a petição internacional – com perto de 1 milhão de assinaturas – aqui, ou escrever uma carta ou e-mail ao vosso deputado/governante preferido, e pedir uma posição oficial do nosso país. Diz que o tio Aníbal, que mora em Belém, gosta de receber postais…
Até já!