Quando era miúda, sentia que era a única da minha idade que gostava dos filmes da saga Star Wars, que não vestia cor-de-rosa e que jogava à bola com rapazes (à baliza, é certo, mas jogava). Achava-me uma maria-rapaz, porque gostava de subir às árvores e ler o livro do Baden Powell. Também brincava com Barbies, mas era mais numa de lhes fazer vestidos e chapéus, e não arranjar-lhes namorados. Anos volvidos, descobri que – afinal – não era a única a sentir-me diferente, mas foi preciso chegar à idade adulta, e assistir ao reviver do hype em torno deste universo (obrigada, Disney, por enfiares milhões de dólares nisto), para perceber o quanto ele foi realmente importante na vida de milhares de pessoas. Moi incluída.
A morte da Carrie Fisher doeu-me um bocadinho mais do que o habitual. De repente, o costumado “que pena, perdeu-se um grande talento” não chegava. Havia um vazio, e uma tristeza sincera, que perdurou. Apercebi-me que aquela princesa independente e impetuosa, que não precisava de ser salva por ninguém, foi também um modelo de vida. E tendo conhecido, pelos seus livros autobiográficos, o lado mais negro da sua existência, enquanto filha de uma geração dourada de Hollywood, admirei-a ainda mais. E foi isso que me fez compor estas sugestões de hoje. Do sítio do costume.
Até já!
Créditos: Zara